Publicado em 7 de fevereiro de 2010 às 2:45
É a vida um passatempo?
Esse tempo que nem temos o direito de saber quanto ainda nos resta.
Esse tempo imposto, mesmo a contragosto, temos que continuar.
Continuar passando o tempo, trabalhando, sendo civilizado, educado, amando mesmo sem ser amado, enfim,
continuar sempre neste incerteza, nesta ilusão que temos tempo.
Tempo para amar de verdade, temos?
Tempo para nos dedicar ao que realmente gostamos, temos?
Tempo para aproveitar o tempo, temos?
Por pura falta de tempo nao sabemos mais amar, nem apreciar, admirar, não sabemos nem mesmo simplesmente deixar o tempo passar.
Por falta de tempo aceitamos tudo pronto. Comida semi-pronta, suco em caixa, amor planejado, amizade comprada, trabalho conveniente, gostos e prazeres já preparados e experimentados, gozo normatizado. Enfim, tudo padronizado.
Por falta de tempo simplesmente "pegamos" o que nos é prático, conveniente na prateleira e estamos esquecendo que não somos seres padronizados.
Por falta de tempo vamos esquecendo que cada um tem que produzir sua história, inventar seu amor, formar seu estilo, lapidar suas arestas,
encontrar seu próprio gosto, fabricar seu gozo, viver o tempo da sua forma especial e única.
Por falta de tempo, passamos a maior parte da vida tentando fazer ter, e esquecendo de Ser.
Precisamos arrumar tempo para ser e não simplesmente estar.
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