domingo, 20 de julho de 2008

Angustia

10 de janeiro de 2008


Estou no meu quarto. Estou sentada na cama, com meu lap top no meu colo. Na minha frente esta a comoda, e emcima dela um quadro. O azul predomina, e eu me sinto assim... blue... nele tem um barco, uma traineira, velha,a bandonada, meio que tombada num margem de um rio... ja esta quase servindo de ninho para algumas aves.. esta paisagem reflete como estou me sentindo... triste e sozinha. A porta que da para o terraco esta aberta, e posso ouvir os sons que vem la de fora, la da vida que nao para... musica animada, risadas, choro de crianca, um carro passando ...o som me incomoda, talvez por me deixar mais angustiada... os risos me incomodam, gostaria eu de estar me divertindo assim... nao resisto e vou olhar... um olhar de desprezo, mas na realidade profunda inveja.... Do outro lado da rua tem um sobrado simples... la mora um casal com dois meninos de meses, gemeos... o homem vem para o pequeno terraco e me olha, primeiro meio sem graca, depois volta o corpo e me encara, olha em volta, olha de novo, tem uma expressao de tristeza e indagacao, desejo e resignacao, e de repente, volta para seu mundo.. pro choro dos bebes, para sua esposa reclamando de algo.... e eu penso que ele sentia omesmo que eu.. ele pensava que minha vida deveria com certeza ser mais facil... e eu com inveja da simplicidade que me rodeava.. gente simples, sonho simples, vida simples... nao sei se e melhor ... se e pior... nao sei se eles sao mais felizes...mas sei com certeza que sao mais simples do que eu.. sei com certeza que a vida deles e menos complexa do que a minha... Sao jovens e eu ja me sinto velha... eles ainda tem sonhos que podem concretizar.. eu, ja acho que vivi tudo... e que tenho agora o relogio correndo contra mim. O som aumenta, chega mais gente, eu desisto de olhar, nao queria ser somente expectadora, mas e como se este mundo nao me pertencesse mais... me sinto estranha.
Saio do terraco, fecho a porta. Uma hora a musica vai acabar ... e esta sensacao passa, uma hora a musica e os risos acabam, e tudo volta a ser como era antes.
Sheila Pfeiffer

Amar ? Quanto?

Tem momentos em que gostaria que tudo desse certo. Quem não gostaria? Que eu gostaria de esquecer as palavras que magoaram, as ações que deixaram cicatrizes no meu coração. Só não sei se isto é bom ou ruim. Tenho medo. Medo de me entregar de novo, de confiar que afinal algo vai dar certo para mim, e como sempre tem acontecido, sair machucada de novo.

Quando decidi a casar, quando decidi ter um filho, criar uma família, eu queria muito que desse certo. Eu sabia que ia enfrentar muitos desafios e dificuldades, mas não imaginei que fosse enfrentar a mim mesma, os meus valores, os meus sonhos, os meus pesadelos. Não pensei que fosse me decepcionar tanto com a alma humana, os conceitos da vida da pessoa que eu amava, ou amo. Agora cheguei no ponto que mais me perturba: até onde vai o amor? Perdoa Tudo? Aceita tudo? Ele se modifica com o tempo? Ele sobrevive sem o pulsar da paixão, sem o fogo do sexo?

Quando nos envolvemos demais, cometemos um erro fatal! Nos misturamos ao outro ser. O ato sexual transcende a um nível capaz de fundir as almas, quando duas pessoas se amam de verdade. É uma sensação incrível. Garanto!

O perigo é quando nos decepcionamos e achamos que o amor acabou, fica difícil achar o nosso amor próprio e aí a base do nosso ser desmorona.

Temos que amar sem perder a identidade, temos que fundir nossas almas, sim, mas sempre preservando os nossos mais profundos valores, o nosso eu, o nosso amor próprio, em um lugar especial que sempre será só nosso.


Desta forma, mesmo que tudo seja destruído ao nosso redor, teremos a capacidade de nos sentir fortes e amados, mesmo que seja pelo Universo e por nós mesmos.

"Nunca ande pelo caminho traçado, pois ele conduz somente até aonde os outros foram"Alexander Graham Bell

Sonhos são gratuitos, mas transformá-los em realidade tem um preço. Eu tenho pagado um preço muito alto.